quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bar



Minha alma servi em copos
Nos quais, as mais belas donzelas
Beberam-me, e depois
Bêbadas beijaram os bêbados
Que estavam jogados nos bares
Ao lado de qualquer alambique
Eu tomado por elas
E elas tomadas por eles
Quanto mais imundo mais
Atraiam-nas, e eu
Sempre do outro lado do balcão
No lado que não cabe a diversão
Como observador obcecado
Pelos lábios pintados delas
Agora já borrados
Suas visões já embaraçadas
Faziam daqueles rabugentos príncipes
A das camas que dividiam com os ratos palácios
Suas perucas despenteadas
Estavam fétidas, isso não me criava repudio
Muito menos aos bêbados
O som de gente tomava o local
Gargalhadas rodopiavam na nossa cabeça
Os copos de alma quebrados no chão
Elas estavam em mim
Mas mesmo bebendo-me eu não estava nelas.

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